Especial Megatendências

Desenvolvimento sustentável

O texto a seguir faz parte de uma série de 11 reportagens que abordarão as megatendências para os próximos anos, sendo que a cada mês, um novo tópico será comentado.  O objetivo desta coleção de artigos é apresentar a importância das megatendências, de modo a compreender quais são os desafios atuais, bem como os futuros e com isso auxiliar na orientação do mercado frente às expectativas do consumidor. Juntamente com as mudanças sociais e culturais, uma megatendência também pode gerar um impacto econômico ou político. Ela pode, por exemplo, alterar radicalmente o valor de um produto no mercado, bem como estimular positivamente a sua venda ou demanda. Da mesma forma, uma megatendência pode tornar produtos obsoletos, e assim eliminar quase por completo a sua procura. As megatendências podem ser relevantes por muitas décadas, uma vez que descrevem fenômenos duradouros e de longo prazo, diferenciando-se das tendências, modas e outros eventos de curta duração. 

 

Desenvolvimento sustentável

Ao lado dos temas ambientais clássicos, a sustentabilidade inclui também as consequências sociais e ecológicas das nossas ações. A globalização, as alterações climáticas, a falta de recursos, o controle da emissão de CO2, a nossa responsabilidade social como um ser humano e como uma empresa (responsabilidade social corporativa) e muitos outros fatores adicionais alimentam e preenchem esta megatendência.

 

As pessoas estão cada vez mais sensíveis a este tema, questionando a origem de produtos e serviços, assim como sua qualidade ecológica. A chamada “pegada ecológica”, ou seja, os rastros dos recursos naturais necessários para a produção e utilização de um produto vêm à mente deste consumidor consciente não somente no momento de realizar uma compra.

 

Como exemplo, citamos os LOHAS, abreviatura de “Lifestyles of Health and Sustainability” (Estilos de vida de Saúde e Sustentabilidade), segmento de consumidores preocupados com o ambiente e que desejam que os produtos sejam fabricados de maneira sustentável, indagando a procedência destes bens

Como mudanças, percebemos que há alguns anos, a indústria alimentícia vem se tornando cada vez mais regional e orgânica. Já a automobilística, passou a investir no desenvolvimento de carros híbridos e elétricos. Os sistemas fotovoltaicos, utilizados na geração de energia elétrica por meio da luz solar, podem ser vistos cobrindo os telhados de inúmeras casas, enquanto as luzes LED conquistam cada vez espaço no mercado de iluminação. Com isto é possível perceber como a megatendência da neo-ecologia vem mudando tanto a nossa forma de consumo bem como nosso comportamento pessoal.

 

 

Atrás da Casa Branca, Michelle Obama planta tomates e beterrabas, algo que nunca foi considerado pelas primeiras damas anteriores. O número de hortas urbanas vem crescendo rapidamente na Alemanha e demais países da Europa, e aqueles que não possuem um espaço próprio recorrem aos jardins comunitários. Em metrópoles climaticamente tropicais, como Singapura ou Hong Kong, os arranha-céus estão equipados com jardins suspensos externos e em diversas comunidades europeias é possível ver iniciativas para a criação de cidades verdes e sustentáveis. A indústria da reciclagem está se tornando uma das mais importantes no mercado. Assim, todo o crescimento futuro virá da combinação entre a economia, a ecologia e o comprometimento social.

 

     

 

Quando se trata do estilo de vida, os consumidores estão dando cada vez mais preferência aos materiais naturais. A utilização de madeira maciça em móveis e pisos está vivendo um renascimento. Portanto, a madeira que é por si só uma matéria-prima ecológica e renovável e cujas numerosas possibilidades de uso em conjunto com o design moderno estão sendo redescobertas, apresenta perspectivas futuras muito positivas. Viver de acordo com o tema da neo-ecologia significa dar preferência aos materiais autênticos e naturais. Madeira, pedra, metal, cortiça, feltro, etc. são os preferidos em termos de matéria-prima. Outro tema que influencia nesta megatendência é o 'Upcycling’, processo de transformar resíduos ou itens descartáveis e sem valor comercial, em novos materiais de maior valor, uso e qualidade. Desta forma, os produtos não são jogados fora, mas reutilizados como um todo ou em partes na criação de um novo bem. No setor de móveis e interiores, por exemplo, velhas vigas de madeira são usadas para fazer superfícies de mesas, carros de serviço descartados são convertidos em cadeiras para home offices e tapetes antigos podem ser retingidos ser criar um revestimento de patchwork.

 

O conteúdo acima utilizou com base as informações de uma pesquisa produzida pela empresa Koelnmesse e pela Associação Alemã das Indústrias Moveleiras.